quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Rio Sucundurí - 2006

RIO SUCUNDURÍ - A GRANDE AVENTURA

A aventura


Neste ano houve um desencontro com a turma que pesco na Amazônia ha 4 anos seguidos, o pessoal optou pela pescaria na Pousada Mantega, em novembro. Fiquei louco de vontade, mas infelizmente meu trabalho não me permitiu, então optei por ir pescar no Rio Sucundurí, após algumas pesquisas essa foi a melhor opção que achei para a data que eu tinha disponibilidade, setembro. Fiquei muito apreensivo, pois ia com uma turma nova e em um lugar novo. Mas, como todo bom pescador, eu adoro novos desafios e aventuras. Chegado o grande dia embarco um dia antes para poder chegar em Manaus e me encontrado com todos. O esquema foi o seguinte: pegamos um excelente ônibus em Manaus e fomos até Itacoatiara, aproximadamente 340 km de Manaus, e lá o barco hotel já estava nos esperando para uma navegação de 36 horas até o Rio Sucundurí. Os primeiros pinchos, só ocorreram na manhã de domingo (19/09). Na turma ficou faltando um pescador, que de última hora, que ficou doente e não pode ir por tanto tive que pescar sem parceiro, íamos só eu e o piloteiro, que por sinal era muito bom o Paulão.

Os primeiros pinchos

Como sempre acontece comigo, os primeiros arremessos saem tímidos e curtos com pouca precisão – (devido ao nervosismo), mas alguns minutos depois e com o braço aquecido começo a acertar os alvos, e a atenção aumenta, na expectativa de logo aparecer um belo bocudo, para alegrar a manhã. Dito e feito em menos de 20 minutos de pinchos entra o primeiro tucuraré paca, de mais ou menos 3 kg, bom de briga. Devidamente fotografado e devolvido ao seu lugar, mudamos de ponto e entramos em outro lago, desta vez demorou muito para aparecer outro peixe, mas quanto ele apareceu em um arremesso certeiro próximo a uma galhada na margem, com uma Dr. Spock de 14 cm, veio a violenta pancada na isca, muita adrenalina e muita briga, alguns minutos depois com o bicho já derrotado, levanto um belo tucunaré paca de 5,5 Kg, esse era grande, mas confesso que pensei que se tratava de um açu de pelo menos uns 7 kg, foi ai que o meu piloteiro - Paulão - disse que naquela região o tucunaré paca era muito mais forte que o açú e que um paca de 5 kg briga muito mais que um açú de 7 kg, heheheh...adorei essa conversa, porque a briga que travei com o “sr. Paca” era briga de gente grande mesmo. E assim alguns outros pacas e açús menores passamos nosso primeiro dia no Sucundurí. Já de volta ao barco hotel, tomamos um bom banho e muita conversa sobre os primeiros peixes, chegamos à conclusão que ali era uma região muito promissora com muito peixe e que íamos realizar uma boa pescaria.

O cardume

No segundo dia saímos bem cedo e resolvemos subir o rio, uns 30 minutos de voadeira encontramos uma boca de lago maravilhosa, Paulão resolveu entrar, foi quando demos de frente para um primoroso lago, um espelho, maravilha que todo pescador um dia tem que presenciar. Coloquei a isca “pegadeira” a Dr. Spock cor de osso, e comecei a dar os primeiros arremessos e logo encontramos uma ponta de praia onde um verdadeiro frenesi alimentício começava, um cardume de tucunarés atacando pequenos peixes. Percebi que se tratava de tucunarés menores, mas onde tem o pequeno aparece o grande, “estacionamos” a voadeira e mandei ver na prainha. Era um arremosso e uma briga, impressionate. Muita diversão, ficamos ali parados pegando tucunaré de até 3,5 Kg por pelo menos 1 hora, quando o movimento ficou menor. Então resolvemos sair e tentar outro ponto, mas dessa vez atrás dos grandes, pois já estava mais que satisfeito em quantidade agora queria qualidade.

O príncipe Aruanã

Por essa eu não esperava, no dia que menos pequei peixe tive uma das minhas maiores surpresas em uma pescaria na Amazônia, estava-mos pinchando numa estrutura muito promissora, de pouca profundidade e muitas gralhas, pra variar estava trabalhando minha Dr. Spock, só que com recolhimento rápido e toques curtos de ponta de vara, fazendo com que a isca fizesse grande barulho. Peguei alguns tucunarés, foi então que por instinto olhei para uma arvore de galhas secas, a uns 40 metros e disse para o piloteiro, - Paulão vou arrancar um bocudão bem ali naquele tronco, olha só. -Com um arremesso certeiro, de fazer inveja até mesmo ao Nakamura, coloquei a isca a uns 30 cm passando do tronco, exatamente onde queria. A isca caiu suave, fazendo pouco barulho, esperei uns 20 segundos e deis 4 toques rápidos e foi quando a isca ficou paralelo ao troco ai uma pancada extremamente forte fez a isca sumir, o coração veio até o céu da boca, e como que por instinto, firmei a fisgada posicionei a ponta da vara para baixo com o equipamento na regulagem perfeita e o piloteiro atento, que deu logo uma ré com o motor elétrico ajudando para não deixar o bichão ir para as galhadas. Adrenalina na produção máxima, foi quando percebi, na tentativa do primeiro salto, de que se tratava de uma aruanã, isso mesmo, um mostro de aruanã - enorme. Imediatamente gritei para Paulão, puxa que o bicho é gigante. Foi teste para a tralha, a carretilha cantava, vara envergada do jeito que todo pescador esportivo gosta de ver e principalmente sentir, nossa que delícia. Alguns minutos - que são eternos - depois, o príncipe das águas do amazonas se entregou, com uma cor singular, peguei meu fishgrip, me tremendo mais que vara verde, e embarco uma bela aruanã de aproximadamente 6,8 kg e um pouco mais de 1 metro, nunca tinha tido a oportunidade de ver uma aruanã desse tamanho, é uma emoção única. Pousamos para uma merecida seção de fotos e depois retornando o peixe ao rio, foi realmente uma grande surpresa.

A consciência

Após esse dia peguei vários outros tucunarés entre 3 e 7 kg, mas sempre lembrando e comentando com o Paulão sobre o big aruanã. A região do Rio Sucundurí é realmente maravilhosa, me lembrou muito o Rio Uniní, outra pérola da Amazônia. Encontramos com vários outros barcos hotéis o que nos preocupou de início, mas o lugar estava com muito peixe e não tivemos problemas. Fico só um pouco receoso pois isso nos leva a pensar que se a prática do pesque-solte não for efetivamente realizada, vamos perder, muito rapidamente, mais um excelente local de pesca na Amazônia. Felizmente a turma desse ano estava muito consciente, e só matou alguns tucunarés para refeições no local, o que me deixou muito contente. Quero aqui agradecer a todos os pescadores do Rio de Janeiro, que estiveram comigo nessa maravilhosa pescaria, e que me receberam da melhor forma possível, com espírito aventureiro e muita amizade, em especial aos amigos: o boêmio Omar (grande amigão), o Mandubé (Flávio), ao Deputado (Machadinho) e o nosso médico de plantão Dr. Edgar, um forte abraços a todos.


A Tralha
Conjunto composto com vara Abu Garcia 6’0’’ ação rápida para linhas de 17 à 25 lb com carretilha da MS Contender 10000ss e linha multifilamento de 0,35mm da Rapala e outro conjunto com vara Fleming Tucuna II de 5’6’’ ação rápida para linhas de 20 à 36 lb, com carretinha Shimano 50 MG e linha multifilamento de 0,35mm. Snap´s reforçados e iscas com garatéias 4x. As iscas que mais usei foram a Dr. Spock da KV cor de osso, João Pipino (Jumpin Minnow), Heddon Super Spock e algumas de hélices.

Como chegar
De Manaus seguimos de ônibus turismo até a cidade de Itacoatiara que fica a aproximadamente 340 Km.
Navegamos por mais 36 horas no barco hotel Yemanjá do Sr. Gádia.
Maiores informações no site http://www.ekospesca.com.br/ ou http://www.amazomprince.com.br/
Fones: (87) 8819-5220 (87) 3861-1515



Petrolina, 05 de outubro de 2006

Um comentário:

Marcelo Ribeiro disse...

Rapaz! Que pescaria!!! Dá uma vontade danada de conhecer esse lugar!